8. Inversão de papel: na pele do outro
Clarice Lispector tem um texto muito interessante sobre inversão de papéis: “Antes de julgar meu caráter calce meus sapatos e percorra o caminho que percorri, viva as minhas tristezas...”.
Esse é um ponto fundamental: a capacidade de olhar para o outro com os olhos do outro, e poder compreendê-lo na essência. O que ele sente? Como vê a situação? O que pensa? Quais as suas dores e necessidades?
Feito esse exercício, é possível verificar se sua percepção sobre a pessoa se modifica. Como você pode se reposicionar em relação ao problema agora que se colocou na pele alheia?
Precisamos nos lembrar que o julgamento é uma faca perigosa. Tanto corta os vínculos quanto corta qualquer possibilidade de ir ao encontro de quem prezamos.
O outro merece essa oportunidade de ser compreendido e reconhecido. Isso não significa necessariamente uma reconciliação, mas pode significar um alívio profundo, porque ao reconhecer a dor do outro você pode abençoá-lo e deixá-lo seguir seu caminho.
Liberar para poder liberar-se.